sábado, 6 de dezembro de 2014


Teste do pezinho: por que o exame é fundamental

Obrigatória e gratuita em todo o país, a triagem neonatal detecta precocemente até 48 doenças

Por Malu Echeverria - atualizada em 05/12/2014 09h45
teste do pezinho (Foto: ThinkStock)

Com apenas algumas gotinhas de sangue, colhidas do calcanhar do bebê, o exame de triagem neonatal (popularmente conhecido por teste do pezinho) detecta até 48 doenças que podem comprometer o desenvolvimento físico e mental do recém-nascido – e até mesmo levá-lo a óbito.

A versão básica do exame, que contempla seis tipos de patologias, é obrigatória e gratuita em todo o território nacional desde 1992. São as seguintes: fenilcetonúria, que se caracteriza pela deficiência no metabolismo do aminoácido fenilanina; hipotireoidismo congênito; fibrose cística, doença incurável que agride pulmão e pâncreas; anemia falciforme e outras hemoglobinopatias (isto é, relacionadas ao sangue); hiperplasia adrenal congênita (HAC), que interfere na produção de hormônios das glândulas suprarrenais; deficiência de biotinidase, doença genética que interfere na obtenção da enzima biotinidase (atua no processamento dos alimentos). Entretanto, nem todos os estados brasileiros realizam o teste completo – em alguns, as duas últimas patologias ainda ficam de fora.

Além da versão básica, na rede privada, há mais duas opções disponíveis. A ampliada, que é chamada de Mais, diagnostica mais quatro doenças, como deficiência de G-6-PD, leucinose, galactosemia e toxoplasmose congênita. Por último, existe o Super, que, além dessas dez, inclui mais 38 patologias.
 
Quando e onde fazer
O teste do pezinho costuma ser feito na própria maternidade, 48 horas após o nascimento e, de preferência, até o sétimo dia. Cada estado tem um serviço de triagem neonatal credenciado, como a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). De acordo com a biomédica Sônia Hadachi, supervisora do laboratório do Serviço de Referência em Triagem Neonatal da APAE de São Paulo, o intervalo de dois dias é necessário para observar as reações do organismo do bebê diante de estímulos específicos, como a amamentação. “Para se detectar a fenilcetonúria, por exemplo, ele tem de digerir o alimento (leite ou fórmula infantil) com a ajuda da fenilanina”, explica. Caso o exame não tenha sido feito no hospital (ou o bebê tenha nascido em casa), os pais devem buscar uma Unidade Básica de Saúde para solicitar a coleta.

O resultado sai, em média, em uma semana. Pode ser enviado por correspondência ou por e-mail, de acordo com a instituição onde foi realizado. Se houver suspeita de alguma doença, o teste deverá ser refeito para confirmar o diagnóstico.

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