Espécies novas de animais são descobertas 'debaixo do nosso nariz'
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Você já imaginou descobrir uma nova espécie de animal enquanto sai para dar uma volta? A possibilidade parece remota, mas ela existe e é mais comum do que se pensa.
Até hoje, foram catalogadas 1,2 milhão de espécies diferentes de organismos vivos, mas existe uma imensidão ainda não descoberta. Uma pesquisa recente sugere que existem 6,8 milhões de animais, 567 mil fungos e 90 mil plantas não conhecidas.
Por ano, se descobre em média algo como 15 mil a 20 mil novos organismos.
Nem todos estão escondidos em cavernas remotas e florestas densas. Um caso notório é o da salamandra Usperlerpes brucei, descoberta em 2007 pelos alunos americanos de pós-graduação Bill Peterman e Joe Milanovich.
Eles se enganaram ao seguir instruções de como chegar a um lugar onde estudariam espécies e acabaram em um riacho na cidade de Toccoa, na Geórgia. Em meio a algumas folhas eles acabaram descobrindo a salamandra.
A salamandra sem pulmões foi uma descoberta muito especial - não só se tratava de uma espécie não conhecida, como também de um gênero inteiro não catalogado, com estrutura de DNA e ossos incomum para animais semelhantes.
Este acabou sendo o primeiro animal de quatro pés descoberto nos Estados Unidos nos últimos 50 anos.
O biólogo Bryn Dentinger descobriu três espécies novas de fungos em um lugar ainda mais inusitado: em um pacote de cogumelos ressecados comprados em uma loja de Londres.
A palavra italiana "porcini" geralmente se refere a 20 espécies comestíveis de cogumelos, mas em geral outras espécies também comestíveis acabam recebendo esse mesmo rótulo.
No ano passado, a esposa de Dentinger, Rachel, comprou um pacote de 30 gramas de "porcini seco" de diversas partes do mundo em uma pequena loja em Londres. Dentinger resolveu investigar o DNA do alimento em seu laboratório no Jardim Botânico de Kew e descobriu três espécies inéditas do gênero Boletus.
Elas eram muito parecidas com outras espécies que são colhidas e comidas na China há anos.
Nova York não é o lugar onde se esperaria encontrar um novo tipo de sapo. Mas é o que aconteceu com o aluno de pós-graduação Jeremy Feinberg, da Universidade de Rutgers. Ele estava estudando uma espécie específica de sapos em Staten Island quando ouviu um som inédito para seus ouvidos.
Ele descobriu sapos semelhantes a outras duas espécies, mas com marcas diferentes nas suas patas traseiras. Testes genéticos revelaram que se tratava de uma espécie inédita, conhecida em inglês como Atlantic Coast leopard frog e batizada de Rana kauffeldi (em homenagem a um antigo diretor do zoológico de Staten Island que nunca conseguiu provar a existência do sapo que dizia ter descoberto).
O sapo é um discreto habitante da metrópole com 8,4 milhões de pessoas. Seu coaxar para acasalamento só é ouvido poucas semanas por ano - e mesmo assim é muito baixinho e dificilmente é escutado em meio ao coro de outras espécies de sapo.
Desde sua descoberta, ele já foi visto em lugares distantes da Costa Leste americana - de Connecticut à Carolina do Norte.
Há alguns anos, cientistas acreditavam que as Osedax - um gênero de anelídeos marinhos - só existiam no fundo do mar. Mas recentemente elas foram descobertas próximo ao litoral da Suécia.
Elas se parecem com as minhocas e sanguessugas e se alimentam de ossos de baleias e peixes. As fêmeas atingem dois centímetros de comprimento.
Uma espécie foi descoberta em 2002 em uma baleia em Monterey, na Califórnia, a três quilômetros de profundidade. Mas em 2004, biólogos marinhos acharam outra espécie na Suécia a apenas 120 metros de profundidade.
Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Earth.
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