domingo, 19 de janeiro de 2014

16/01/2014 21h30 - Atualizado em 16/01/2014 22h53

Identificada nos EUA espécie de 



formiga 



'ninja' escravagista


Espécie usa camuflagem química para atacar outros formigueiros.
Vítimas não percebem infiltração e deixam suas pares serem levadas.

Da AFP

Imagem mostra formiga caçadora de escravas (abaixo) frente a frente com uma escrava (Foto: Miriam Papenhagen/Divulgação)Imagem mostra formiga caçadora de escravas
(abaixo) frente a frente com uma escrava
(Foto: Miriam Papenhagen/Divulgação)
Uma nova espécie de formiga, que captura algumas de suas primas para transformá-las em escravas, usando técnicas de infiltração dignas de ninjas, foi identificada recentemente no leste dos Estados Unidos por biólogos alemães.
Esta espécie, do gênero Temnothorax, que reúne centenas de espécies de formigas pequenas que vivem em árvores ou no solo das florestas, foi denominada de pilagens, do latimpillarde, devido às investidas que lança nos formigueiros de outras espécies para buscar escravas.
Mas, ao contrário das célebres formigas escravagistas da Amazônia que conseguem mobilizar até 3.000 soldados em suas incursões em campo, a Temnothorax pilagensprivilegia a furtividade e uma grande economia de meios.
Ela visa unicamente duas outras espécies de formigas próximas da sua que fazem domicílio em nozes ou em frutos ocos do carvalho, que erguem verdadeiras fortificações: muros grossos e entrada única com um milímetro de diâmetro, fácil de defender.
O alvo é muito cobiçado pela 'formiga saqueadora', uma vez que o porte pequeno (2,5 mm, em média) limita seu raio de ação a alguns metros quadrados de solo da floresta. A pequena escravagista prefere a furtividade e a infiltração a um ataque maciço ou um cerco prolongado, que consomem muito tempo e recursos.
Uma tropa se compõe, geralmente, de quatro escravagistas, dentre as quais uma exploradora, encarregada de encontrar o alvo. Graças a seu tamanho pequeno, as saqueadoras entram facilmente pela porta da colônia inimiga e empregam uma camuflagem química para passar despercebidas.
Geralmente, depois que um formigueiro é atacado por inimigos, a invasão se segue a um combate intenso e mortal. Mas, curiosamente, os biólogos da Universidade de Mayence e do Museu de História Natural Senckenberg de Görlitz não observaram nada parecido nas investidas das formigas saqueadoras.
Não só suas vítimas não se defendiam, como elas lhes permitiam levar livremente as larvas e até indivíduos adultos, que as saqueadoras, em seguida, fazem trabalhar a seu serviço.
As formigas escravagistas simplesmente liberam substâncias químicas específicas que impedem que suas vítimas as reconheçam como inimigas, revelou o estudo, publicado na revista online "ZooKeys".
Apesar de sua camuflagem química, às vezes acontece de as invasoras serem desmascaradas. Mas nestes casos, elas não são pegas de surpresa. Como "ninjas", elas também sabem realizar ataques precisos: com seu ferrão, elas atingem o ponto do pescoço de suas adversárias onde a carapaça é mole.
A picada provoca paralisia imediata e morte rápida, que se traduz em uma taxa de mortalidade compreendida entre 5% e 100% das colônias atacadas, com perdas quase nulas entre as saqueadoras, asseguram os cientistas.

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