quinta-feira, 2 de abril de 2015


02/04/2015 10h35 - Atualizado em 02/04/2015 10h35

Perereca-marsupial encontrada pela primeira vez no RS é documentada

Anfíbio raro foi capturado na nascente do Rio dos Sinos, em Caraá.
Nenhum exemplar da família da espécie havia sido registrado no estado.

Do G1 RS
Perereca-marsupial é encontrada no RS pela primeira vez (Foto: Ismael Franz, divulgação/Feevale)Perereca-marsupial é encontrada pela primeira vez (Foto: Ismael Franz, divulgação/Feevale)
O encontro de uma espécie rara de anfíbio na nascente do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, foi registrado em artigo publicado neste mês pela revista internacional de ciência Check List. Um estudante e um professor da Universidade Feevale estavam no primeiro mês da expedição no município de Caraá, no Litoral Norte gaúcho, quando encontraram uma Fritziana fissilis, conhecida popularmente como "perereca-marsupial" por carregar o girino embaixo da pele no dorso. Nenhum exemplar da espécie ou da a família Hemiphractidae, à qual ela pertence, já haviam sido encontrados no estado.
Bromélias onde o animal se reproduz são fixadas em árvores  (Foto: Ledyane Rocha Uriartt, divulgação/Feevale)Bromélias onde animal se reproduz em árvores
(Foto: Ledyane Rocha Uriartt, divulgação/Feevale)
O então graduando do curso de Ciências Biológicas da Feevale Mateus Henrique de Mello e o seu orientador, o professor Ismael Franz, gravaram o som emitido pelo anfíbio e o capturaram. O trabalho intitulado "Diversidade de anuros na região das nascentes do Rio dos Sinos, Mata Atlântica de Caraá, Rio Grande do Sul, Brasil" foi defendido no final de 2014 e levantou 17 espécies de sete famílias. Foi o primeiro levantamento de anfíbios realizado na região.

A "perereca-marsupial" tem 2 cm de comprimento e se reproduz em bromélias epífitas, ou seja, que vivem em outras plantas, mas sem retirar nutrientes. Os pesquisadores consideram a descoberta um alerta para a preservação da nascente do Sinos.
"Essa espécie vive apenas em áreas de Mata Atlântica bem conservadas, o que revela a importância da região das nascentes do Rio dos Sinos para a conservação desta e de diversas outras espécies com as mesmos requerimentos, além da necessidade de se preservar e recuperar as florestas ao longo de toda a bacia hidrográfica. Em tempos de escassez de água limpa, não somos apenas nós que temos este como o recurso mais essencial para a manutenção da vida", explica o professor Ismael Franz.

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