Um grupo de pangolins, entre eles um bebê e sua mãe, foram liberados na natureza nesta segunda-feira (27), na Indonésia. Os animais estavam no meio de uma carga ilegal que continha mais de 5 toneladas de carne de pangolim.
Além da dupla, algumas dezenas de pangolins vivos que faziam parte da carga também foram liberados. A carga foi apreendida na cidade de Medan, na província de Sumatra e os animais foram soltos em Sibolangit, também na Indonésia.
O pangolim é o mamífero mais traficado do mundo e todas as espécies do animal estão ameaçadas de extinção.
Ativista segura bebê pangolim antes de sua liberação na natureza (Foto: AP Photo/Binsar Bakkara)
De acordo com informações da BBC, ceca de 100 mil pangolins são retirados do meio natural e enviados à China e ao Vietnã por ano. Lá, sua carne é considerada uma iguaria e suas escamas são usadas para fins medicinais.
Com o corpo totalmente coberto por escamas, ele se enrola todo para se proteger de ameaças. Sua alimentação é composta de formigas e cupins.
Pangolim é liberado na natureza, depois de apreensão de carga ilegal (Foto: AP Photo/Binsar Bakkara)
terça-feira, 14 de abril de 2015
14/04/2015 17h58 - Atualizado em 14/04/2015 18h07
Biólogo registra espécie rara de anta em Tapiraí
Foto de animal albino é a primeira captada vivendo em mata, diz biólogo. Registro foi feito durante inventário de fotos de animais que vivem na região.
Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Fotografar anta albina livre em matas é raridade, diz biólogo e fotógrafo (Foto: Luciano Candisani/Divulgação)
Uma espécie rara de anta foi fotografada em Tapiraí (SP) no bairro da Anta, no Legado das Águas, uma reserva natural na cidade. Segundo o biólogo e fotógrafo Luciano Candisani, que fez a foto do animal, a espécie albina é registrada pela primeira vez livre vivendo na mata em território brasileiro.
Ainda de acordo com Candisani, a foto foi feita em maio de 2014, mas só agora foi divulgada, depois da conclusão do trabalho para a publicação em uma revista científica, publicada em março de 2015.
O registro da espécie rara do animal, conhecida cientificamente como Tapirus terrestres, foi feito quando o profissional realizava um inventário fotográfico de animais que vivem na reserva natural em Tapiraí.
Conforme Candisani, a foto é a primeira feita da anta albina fora de zoológicos, diferentemente de outras encontradas em diversas partes do mundo. "O macho adulto que fotografamos é uma raridade. O albinismo na espécie já fora documentado em cativeiro. O nosso registro feito em Tapiraí representa o primeiro conjunto de imagens acuradas de uma anta albina na natureza do Brasil”, finaliza Luciano.
Cereal etíope de exportação proibida ganha status de 'supergrão'
James JeffreyEm Adis Abeba, na Etiópia
13 abril 2015
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Em uma fazenda no interior da Etiópia, sob o céu azul, um jovem agricultor encoraja bois a pisotear palha de cereais no chão, para ajudar a separar as sementes.
Essa cena se repete em toda a zona rural do país. Dessas plantas sai a semente de um grão chamado teff, consumido no país africano há centenas de anos, mas agora exaltado na Europa e na América do Norte como um "supergrão" - assim como a quinoa.
Rico em proteínas e cálcio, além de livre de glúten, o teff tem crescido em popularidade internacionalmente.
No entanto, como o grão é parte fundamental da dieta etíope - comumente transformado em um pão achatado acinzentado chamado injera -, o país proíbe a exportação do teff, seja ele em sua forma mais crua ou depois de ser transformado em farinha.
Por isso, empresas etíopes só podem, por enquanto, exportar o pão injera e outros derivados do teff, como bolos e biscoitos.
A expectativa dos empresários, porém, é de que a Etiópia consiga aumentar significativamente sua colheita de teff, para que o grão possa ser exportado em um futuro não muito distante.
"Começamos do zero e agora estamos levando nossa comida tradicional a todo o mundo", diz Hailu Tessema, fundador da Mama Fresh, primeiro produtor de injera em grande escala na Etiópia.
Demanda crescente
Seis dias por semana, a Mama Fresh usa voos da Ethiopian Airlines para levar 3 mil pães da capital, Adis Abeba, a Washington, nos EUA, onde vivem vários imigrantes etíopes.
O injera também é transportado à Suécia três vezes por semana, à Noruega duas vezes por semana, e à Alemanha três vezes ao mês.
"A demanda tem aumentado cerca de 10% por mês", diz Tessema, 60, que não se incomoda com o veto à exportação de sementes de teff.
"É melhor exportar produtos com valor agregado, porque isso cria mais empregos."
A Mama Fresh emprega mais de cem pessoas e pretende contratar mais 50 neste ano. Sua matéria-prima vem de 300 produtores.
Tessema começou seu negócio em 2003, com 100 mil birrs etíopes (cerca de R$ 15 mil) e um barraco.
Hoje, sua receita anual é de cerca de 17 milhões de birrs (R$ 2,5 milhões), e no ano passado a empresa inaugurou uma nova fábrica.
Ali dentro, a farinha de teff é misturada com água dentro de barris, onde fermenta por quatro dias, para depois serem usados na produção do injera.
No exterior, o pão já tem consumidores cativos, muitos deles expatriados etíopes.
Pequeno grão do tamanho de uma semente de papoula, o teff também pode ser processado na forma de farinha e usado para produzir pães no estilo ocidental ou mesmo massas. Em Londres, a empresa Tobia Teff usa teff produzido nos EUA para fazer pães e mingau.
O negócio foi fundado pela etíope-britânica Sophie Sirak-Kebede, 58, que comandava também um restaurante na capital britânica, mas decidiu dedicar-se apenas ao teff.
"As pessoas têm sonhado com teff ultimamente", diz ela. "Depois de milhares de anos (de existência), ele virou moda por aqui."
Suas vendas aumentaram 40% nos últimos 14 meses.
Até mesmo o Serviço de Saúde Britânico (NHS na sigla inglesa, equivalente ao SUS no Brasil) passou a servir o teff para pacientes com intolerância a glúten.
Produtividade
No entanto, apesar de suas elogiadas propriedades nutricionais, o teff tem um problema produtivo: "Ele não dá muito rendimento. Houve pouco investimento e pesquisa nas colheitas", diz Zerihun Tadele, pesquisador etíope da Universidade de Berna, na Suíça.
A produtividade média de teff na Etiópia é de 1,4 tonelada por hectare, menos da metade da média global de 3,2 toneladas para variedades modernas de trigo.
Tadele espera que, por meio de pesquisas e métodos agrícolas mais eficientes, seja possível elevar a plantação para 5 toneladas por hectare.
Esse avanço já virá tarde: as recentes colheitas de teff não têm conseguido acompanhar a população crescente da Etiópia, fazendo com que os preços subam acima do que muitos conseguem pagar, sobretudo os que moram longe de Adis Abeba.
Sirak-Kebede, da Tobia Teff, diz que a situação cria um dilema porque "o teff é a espinha dorsal (da dieta) da Etiópia".
"A escassez do teff seria como pedir aos etíopes que parassem de respirar", diz ela.
Ao mesmo tempo, porém, a empresária nota que o governo da Etiópia não deveria desperdiçar a oportunidade de exportar o produto, o que beneficiaria mais de 6 milhões de agricultores no país e gerar divisas.
A Agência de Transformação Agrícola, órgão governamental, está focada em aumentar a produção do grão para ao menos atender a demanda interna. Depois disso, talvez seja possível exportar sementes e farinha.
"A oportunidade para o país é significativa e o benefício de longo prazo supera os riscos", diz Matthew Davis, sócio do fundo de investimentos americano Renew Strategies, que investe na Mama Fresh.
"O governo provavelmente vai proceder com cautela, concedendo licenças apenas para exportadores selecionados."
Certamente o governo etíope acompanha com nervosismo o exemplo da quinoa, que se tornou tão popular globalmente que se tornou caro demais para muitas pessoas na Bolívia e no Peru - origem do grão.
Se a exportação de teff da Etiópia acabar sendo autorizada, Sirak-Kebede diz que comprará terras no país para produzir o grão e suprir com ele sua empresa britânica.
"Sendo de origem etíope, preferiria comprar o teff da Etiópia", diz ela. "A qualidade é incomparável."
terça-feira, 7 de abril de 2015
07/04/2015 11h10 - Atualizado em 07/04/2015 11h10
Novas espécies de 'dragões anões' descobertas nos Andes
Três novos lagartos foram encontrados no Equador e no Peru. Animais do gênero 'Enyalioides' são diurnos e vivem em selvas tropicais.
Da France Presse
Exemplar da espécie 'Enyalioides altotambo', novo lagarto encontrado pécies descobertas por cientistas do Equador, Peru e Estados Unidos os distiguem de seus parentes mais próximo em termos de tamanho, cor e DNA.
Os três lagartos pertencem ao gênero Enyalioides, que são diurnos e vivem em selvas tropicais, como Chocó ou a parte ocidental da bacia amazônica, e nas florestas nubladas dos Andes.
Os cientistas classificaram a descoberta de surpreendente, já que esses lagartos estão "entre os de maior tamanho e mais coloridos" nas selvas da América do Sul.
As equipes de Omar Torres-Carvajal, do Museu de Zoologia QCAZ do Equador, Pablo J. Venegas, do CORBIDI do Peru, e Kevin de Queiroz, do Instituto Smithsoniano do Museu de História Natural dos Estados Unidos, recolheram vários tipos de lagartos durante uma viagem ao Equador e Peru.
Depois, eles fizeram uma comparação com espécimes encontrados em museus de história natural de todo o mundo. Um estudo de DNA confirmou que estavam diante de três exemplares desconhecidos de lagartos. Essa descoberta eleva para 15 as espécies do gênero Enyalioides.
Um espécime adulto do lagarto 'Enyalioides sophiarothschildae', que foi encontrado no Peru (Foto: Divulgação/Instituto Smithsonian)
Exemplar adulto do lagarto 'Enyalioides anisolepis', também encontrado no Equador por cientistas (Foto: Divulgação/Instituto Smithsonian)
quinta-feira, 2 de abril de 2015
02/04/2015 05h57 - Atualizado em 02/04/2015 05h58
Nova espécie de tubarão é achada nas profundezas do litoral brasileiro; fotos
Tubarão é ovíparo e habita as águas profundas da costa brasileira. Animal foi identificado e catalogado por pesquisador do litoral de SP.
Mariane RossiDo G1 Santos
Nova espécie de tubarão foi batizada de Scyliorhinus ugoi (Foto: Mariane Rossi/G1)
Pesquisadores de São Vicente, no litoral de São Paulo, descobriram uma nova espécie de tubarão, que habita as profundezas da costa brasileira, durante um trabalho de pesquisa científica. De acordo com os pesquisadores, existiam relatos da existência do animal desde a década de 1990, mas nunca um exemplar havia sido encontrado para ser estudado.
As pesquisas foram comandadas pelos professores Otto Bismarck Gadig (Unesp), Karla Soares (USP) e Ulisses Gomes (UFRJ). Eles analisaram dez exemplares que foram coletados em diferentes partes do litoral brasileiro, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, em profundidades de mais de 500 metros. "Existiam relatos sobre esse animal. A gente sempre falava que um dia encontraria ele e estudaríamos", afirma Otto.
Segundo Gadig, os pesquisadores, comandados por Karla, tiveram dificuldades em identificar o animal. “Eles não são fáceis de serem identificados. São parecidos com outros tipos de tubarão. Existem tubarões-gatos do Nordeste muito parecidos. Mas eles tinham particularidades e não achávamos exemplares iguais. Fizemos o trabalho de taxonomia, comparando com as espécies dos gêneros e visitando museus”, conta.
Otto analisa exemplar do novo tubarão (Foto: Mariane Rossi/G1)
Após uma longa pesquisa, os cientistas descobriram que essa espécie ainda não tinha sido descrita, ou seja, era totalmente nova. O animal foi batizado como Scyliorhinus ugoi, em homenagem à Ugo Gomes, filho do pesquisador Ulisses Gomes.
O animal é uma espécie da família dos chamados tubarões-gato, por apresentar os olhos alongados e esverdeados como o dos felinos, mas com características particulares. “Eles eram maiores, mais escuros, sempre com pintas pequenas”, comenta Gadig. O novo tubarão é ovíparo e habita as águas profundas da costa brasileira entre o Nordeste e o Rio de Janeiro. Os maiores exemplares adultos examinados atingem cerca de 65 cm de comprimento. Eles se alimentam de pequenos invertebrados e peixes.
Ovos da nova especie de tubarão (Foto: Mariane Rossi/G1)
Os pesquisadores concluíram o estudo científico sobre a nova espécie em 2014 e o artigo foi publicado neste ano. Um dos exemplares analisados está na coleção científica da Unesp, em São Vicente, e é uma fêmea. Os outros exemplares estão guardados no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), no Museu Nacional do Rio de Janeiro e na coleção científica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para Gadig, a descoberta de uma nova espécie de tubarão é importante para o conhecimento da biodiversidade brasileira, principalmente, aquela que habita a profundidade dos oceanos. Ele diz que são quase 200 espécies conhecidas de raias e tubarões no Brasil. O próprio professor já descobriu duas outras novas espécies de raias antes deste tubarão. “Somos um depósito da biodiversidade. Estamos no começo da nossa coleção científica aqui na Unesp. Queremos ter uma diversidade de tubarões e raias do Brasil que represente a diversidade brasileira”, fala.
Além disso, Gadig se preocupa com o futuro dessas espécies e dos profissionais da área que terão esse conteúdo para realizar outras pesquisas. “Pode ser que, daqui a alguns anos, eles não existam mais. Espécies de tubarões e raias estão desaparecendo. Essa diversidade é um legado para as futuras gerações”, comenta.
Nova espécie de tubarão vista de cima (Foto: Mariane Rossi/G1)
02/04/2015 10h35 - Atualizado em 02/04/2015 10h35
Perereca-marsupial encontrada pela primeira vez no RS é documentada
Anfíbio raro foi capturado na nascente do Rio dos Sinos, em Caraá. Nenhum exemplar da família da espécie havia sido registrado no estado.
Do G1 RS
Perereca-marsupial é encontrada pela primeira vez (Foto: Ismael Franz, divulgação/Feevale)
O encontro de uma espécie rara de anfíbio na nascente do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, foi registrado em artigo publicado neste mês pela revista internacional de ciência Check List. Um estudante e um professor da Universidade Feevale estavam no primeiro mês da expedição no município de Caraá, no Litoral Norte gaúcho, quando encontraram uma Fritziana fissilis, conhecida popularmente como "perereca-marsupial" por carregar o girino embaixo da pele no dorso. Nenhum exemplar da espécie ou da a família Hemiphractidae, à qual ela pertence, já haviam sido encontrados no estado.
Bromélias onde animal se reproduz em árvores (Foto: Ledyane Rocha Uriartt, divulgação/Feevale)
O então graduando do curso de Ciências Biológicas da Feevale Mateus Henrique de Mello e o seu orientador, o professor Ismael Franz, gravaram o som emitido pelo anfíbio e o capturaram. O trabalho intitulado "Diversidade de anuros na região das nascentes do Rio dos Sinos, Mata Atlântica de Caraá, Rio Grande do Sul, Brasil" foi defendido no final de 2014 e levantou 17 espécies de sete famílias. Foi o primeiro levantamento de anfíbios realizado na região.
A "perereca-marsupial" tem 2 cm de comprimento e se reproduz em bromélias epífitas, ou seja, que vivem em outras plantas, mas sem retirar nutrientes. Os pesquisadores consideram a descoberta um alerta para a preservação da nascente do Sinos.
"Essa espécie vive apenas em áreas de Mata Atlântica bem conservadas, o que revela a importância da região das nascentes do Rio dos Sinos para a conservação desta e de diversas outras espécies com as mesmos requerimentos, além da necessidade de se preservar e recuperar as florestas ao longo de toda a bacia hidrográfica. Em tempos de escassez de água limpa, não somos apenas nós que temos este como o recurso mais essencial para a manutenção da vida", explica o professor Ismael Franz.