Pesquisadores criam plástico que evita o desperdício de alimentos
Produto feito com o apoio de empresas inibe a proliferação de bactérias.
Rolo de três metros do AlpFilm Protect pode ser encontrado por R$ 38,61.
Frutas, verduras e carnes conservadas por um mês. A ideia pode parecer distante, mas um novo tipo de plástico, desenvolvido na região e capaz de conservar alimentos por mais tempo, chegará às prateleiras dos supermercados no início de dezembro e promete torná-la realidade. O produto, que ganhou o nome de AlpFilm Protect e já pode ser adquirido pela internet por R$ 38,61, foi desenvolvido com a contribuição de pesquisadores da Unesp, USP e UFSCar. Ele combate a proliferação de fungos e bactérias nos alimentos embalados, evitando o desperdício.
Para Elson Longo, pesquisador da Unesp deAraraquara e um dos integrantes do estudo, o plástico é um exemplo da “tecnologia do futuro” por garantir o transporte de alimentos com minimização das perdas e sem bactérias.
“Hoje você deixa uma maçã na geladeira e ela dura uma semana. Com o plástico, no qual há um composto bactericida e fungicida, a mesma maçã dura um mês”, disse o professor ao G1. “As perdas de alimentos no mundo são muito grandes. Perdem as donas de casa e também o país. Com essa tecnologia, é possível evitar o desperdício e pressionar o sistema para a diminuição dos preços dos mantimentos”.
Desenvolvimento
Segundo Longo, as pesquisas que resultaram no AlpFilm começaram há seis anos, quando Luiz Gustavo Simões, atualmente sócio da Nanox e na época seu aluno, defendeu sua tese de doutorado sobre nanopartículas bactericidas.
Segundo Longo, as pesquisas que resultaram no AlpFilm começaram há seis anos, quando Luiz Gustavo Simões, atualmente sócio da Nanox e na época seu aluno, defendeu sua tese de doutorado sobre nanopartículas bactericidas.
De lá para cá, a parceria rendeu o desenvolvimento de partículas para secadores de cabelo e para tapetes, entre outras, e, há um ano, surgiu a ideia de criar um produto voltado para embalagens.
“Começamos pensando em itens para a área da odontologia e, passado algum tempo, surgiu a ideia de fazer embalagens para diferentes finalidades. Entramos em contato com a Alpes, fabricante de plásticos, e deu certo”.
Durante um ano, pesquisadores das universidades, da Alpes e da Nanox e se revezaram em laboratórios de São Carlos e Araraquara ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) até chegarem ao composto final, um produto pioneiro e genuinamente nacional. “As pessoas acham que não se desenvolve alta tecnologia no Brasil, mas não é verdade”, completou Longo
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário