sexta-feira, 30 de janeiro de 2015


28/01/2015 15h52 - Atualizado em 28/01/2015 16h42

Iguana de três caudas é encontrada em sítio no interior do RN

Animal foi achado em uma árvore na tarde desta terça em Lagoa Nova.
Veterinária afirma que anomalia é rara, mas pode acontecer em répteis.

Do G1 RN
Animal foi achado no município de Lagoa Nova na tarde desta terça-feira (27) (Foto: Bárbara Azevedo/G1)Animal foi achado no município de Lagoa Nova na tarde desta terça-feira (27) (Foto: Bárbara Azevedo/G1)
Uma iguana com três caudas foi encontrada na tarde desta terça-feira (27) no município de Lagoa Nova, a 198 quilômetros de Natal. A veterinária Sâmya Felizardo informou que é comum que alguns répteis consigam soltar a cauda para distrair possíveis predadores. As fotos foram enviadas ao G1 pela ferramenta VC no G1.

"Em algumas vezes a iguana não consegue desprender a cauda, fazendo com que ela se regenere e outra nasça. Encontramos com certa frequência a bifurcação. Com três caudas é mais raro, porém pode acontecer", acrescentou a veterinária.

O coordenador de Agricultura da Prefeitura de Lagoa Nova, Wallace Frade explica que o animal foi encontrado no sítio em que sua cunhada, Bárbara Azevedo, mora. A iguana havia sido vista na região há cerca de 20 dias, mas só agora os moradores perceberam a anomalia.

Caudas causaram estranheza em Lagoa Nova, interior do Rio Grande do Norte (Foto: Bárbara Azevedo/G1)Caudas causaram estranheza em Lagoa Nova, interior do Rio Grande do Norte (Foto: Bárbara Azevedo/G1)

28/10/2013 09h23 - Atualizado em 28/10/2013 09h23

Expedição descobre três novas 



espécies de vertebrados



na Austrália


Achados incluem lagartixa com cauda em forma de folha e lagarto dourado.
Região inexplorada do norte do país foi apelidada de 'mundo perdido'.

Da AFP

A lagartixa com cauda em formato de folha é uma das novas espécies descobertas na Austrália. (Foto:  AFP Photo/Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)A lagartixa com cauda em formato de folha é uma das novas espécies descobertas na Austrália. (Foto: AFP Photo/Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)
Uma expedição para uma região remota do norte da Austrália revelou três novas espécies de vertebrados que permaneceram isoladas por milhões de anos. As descobertas levaram os cientistas a apelidarem a área de "mundo perdido".
O biólogo Conrad Hoskin, da Universidade James Cook, e uma equipe de filmagem daNational Geographic foram levados, de helicóptero, à acidentada região da montanha de Cabo Melville no início deste ano. O grupo ficou impressionado com o que viu.
As descobertas incluem uma lagartixa com rabo que se assemelha a uma folha, um lagarto de cor dourada e um sapo amarelo com manchas marrons. Nenhum deles jamais havia sido visto anteriormente.
"O pico do Cabo Melville é um mundo perdido. Encontrar essas novas espécies lá no alto é a descoberta da minha vida. Ainda estou impressionado e atordoado", disse Hoskin. "Encontrar três vertebrados novos, óbviamente distintos, já seria surpreendente em um local pouco explorado como a Nova Guiné, imagine na Austrália, um país que achamos já ter explorado bem".
Sapo amarelo com manchas marrons também foi descoberto no Cabo Melville. (Foto: AFP Photo/Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)Sapo amarelo com manchas marrons também foi
descoberto no Cabo Melville. (Foto: AFP Photo/
Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)
A montanha abriga inúmeras rochas de granito do tamanho de carros ou de casas, empilhadas a centenas de metros de altura. Pesquisas anteriores já haviam explorado a base de Cabo Melville, mas o topo permanecia inexplorado.
Entre as descobertas, chamou  a atenção a lagartixa com cauda de folha. Com "aparência primitiva" e comprimento de 20 cm, a espécie tem grandes olhos e um corpo longo e delgado, características muito diferentes de seus parentes. A espécie foi denominada Saltuarius eximius, segundo Hoskin. Os achados foram detalhados na edição mais recente do periódico científico "Zootaxa".
"No momento em que eu vi a lagartixa, sabia que era uma nova espécie. Tudo nela é claramente distinto", disse. Totalmente camuflada, a lagartixa fica imóvel esperando por insetos e aranhas.
O lagarto descoberto pela equipe também se restringe a áreas rochosas da montanha e tem características distintas de outros lagartos conhecidos.
Já a nova espécie de sapo vive, durante as estações secas, nas profundezas dos labirintos de rochas, onde o clima é úmido e ameno, permitindo que as fêmeas botem ovos nas fendas das rochas.
O fotógrafo da National Geographic Tim Laman, que participou da expedição junto com Hoskin, disse estar surpreso de descobrir que ainda existem lugares inexplorados como esse.
"O que é realmente emocionante sobre essa expedição é que em um lugar como a Austrália, que as pessoas pensam ser muito bem explorado, há ainda regiões como Cape Melville, onde há espécies a serem descobertas"
Pesquisador também descobriu lagarto de cor dourada durante expedição no Cabo Melville. (Foto: AFP Photo/Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)Pesquisador também descobriu lagarto de cor dourada durante expedição no Cabo Melville. (Foto: AFP Photo/Conrad Hoskin/James Cook University Queensland)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


21/01/2015 19h42 - Atualizado em 22/01/2015 10h51

Projeto Tamar de Ubatuba

recebe filhotes albinos 

de tartaruga marinha

Albinismo é considerado raro entre as tartarugas marinhas.
Projeto Tamar oferece tratamento que inclui controle de peso e luz especial.

Nicole MelhadoDo G1 Vale do Paraíba e Região
Filhotes albinos de tartaruga-cabeçuda recebem tratamento especial em Ubatuba. (Foto: Divulgação / Projeto Tamar)Filhotes albinos de tartaruga-cabeçuda recebem tratamento especial. (Foto: Divulgação / Projeto Tamar)
Oito filhotes de tartarugas marinhas albinas, consideradas raras, chegaram ao Projeto Tamar deUbatuba, no litoral Norte de São Paulo. Os animais, que vieram de Campos dos Goytacazes, (RJ) em dezembro, estão na área de visitação do projeto desde terça-feira (20).
Os filhotes são da espécie tartaruga-cabeçuda e foram encontradas em um ninho com 118 filhotes. Apenas essas oito que vieram para em Ubatuba (SP), referência no tratamento deste tipo de réptil, nasceram albinas.

O albinismo é a falta de pigmentação na pele (ausência de cor) por fatores genéticos e é um fenômeno muito raro em tartarugas marinhas. Por isso, esses filhotes foram levados para o Tamar, que estuda a biologia destes animais. O projeto atua no litoral norte.
Segundo a coordenadora do projeto, Berenice Gomes da Silva,  estes animais são muito frágeis e têm poucas chances de sobreviver na natureza. Ela explicou que, em cativeiro e sob cuidados especiais, essas chances aumentam. “Durante todo o dia os animais recebem alimentação que é feita individualmente. Para isso, fazemos um sistema de rodízio entre os funcionários e também na exposição para o público”, explicou.
A coordenadora explicou ainda que além do controle de peso, as tartarugas albinas recebem uma iluminação especial. “Com a despigmentação da pele, elas ficam mais sensíveis a luz do sol, por isso recebem uma iluminação especial usada para répteis. Sem estes cuidados dificilmente elas sobreviveriam na natureza”, disse.

As tartarugas nasceram no  dia 20 de dezembro de 2014 na Praia do Gargaú, em Campos dos Goytacazes e foram trazidas para o centro do Tamar em Ubatuba na véspera de Natal. Elas passaram por um período de isolamento.

Essa não é a primeira vez que o Tamar em Ubatuba recebe animais como estes. Em 1994, dois filhotes albinos, também nascidos no Rio de Janeiro, foram levados para o local. O Projeto Tamar em Ubatuba fica na rua Antonio Athanásio, 273, na praia de Itaguá. O horário de funcionamento durante férias escolares é das 10h às 20h, todos os dias da semana.

domingo, 11 de janeiro de 2015


As bactérias moram nas entranhas da Terra
El País
Javier Sampedro1 dia atrás
© WIKIMEDIA COMMONS O navio japonês Chikyu.
Não está sendo fácil encontrar vida alienígena em outros planetas, mas a este ritmo acabaremos encontrando-a por aqui. A sonda mais profunda já introduzida abaixo do leito oceânico – em uma missão do Programa Internacional de Descobrimento do Oceano, IODP – descobriu bactérias a uma profundidade de 2,4 quilômetros sob o fundo do mar próximo ao Japão.
Ali embaixo não há muito que fazer e os microorganismos subsistem a uma magra dieta de hidrocarbonetos e um monótono estilo de vida próximo à hibernação. Mas o caso é que estão lá, e quem sabe quanto mais abaixo. Já têm nome: os intraterrestres.
mais informações
Esta viagem microbiológica ao centro da Terra é só uma das pistas que a ciência recente vem obtendo sobre a resistência tenaz dos organismos a condições que há pouco tempo eram incompatíveis com a vida. Desde o entorno radioativo das centrais nucleares até as fumarolas hidrotermais das dorsais centro-oceânicas por onde emergem os gases ferventes do inferno, as bactérias parecem estar por toda parte onde formos capazes de olhar. Os marcianos vivem entre nós.
As descobertas do IODP foram apresentadas na reunião de outono da União Geofísica Americana, o maior congresso do mundo sobre as ciências da Terra e do espaço, realizado este ano de 15 a 29 de dezembro em São Francisco, com cerca de 24.000 participantes. Os cientistas do projeto da sonda profunda pertencem à Universidade do Sul da Califórnia, Caltech, ao Jet Propulsion Laboratory da Nasa, ao Instituto de Investigação do Deserto de Nevada (DRI) e ao Rensselaer Polytechnic Institute em Nova York, além de duas instituições japonesas (CDEX e JAMSTEC).
A expedição 337 do IODP foi realizada entre julho e setembro de 2012 na costa de Shimokita, Japão. O navio japonês Chikyu, cujo aspecto é vagamente similar a uma torre de petróleo, introduziu uma “sonda monstro” – nas palavras dos pesquisadores do IODP – que primeiro mergulhou 1.180 metros até o leito oceânico e depois perfurou a profundidade recorde de 2.400 metros sob o fundo e através das camadas geológicas. As amostras, portanto, vêm de 3,5 quilômetros abaixo da superfície do mar.
Nessas profundezas inóspitas, onde não chega um só fóton de luz nem uma molécula de oxigênio, com uma presença de água abaixo do residual e alimento escasso, os cientistas descobriram bactérias insólitas, pequenas e esféricas, foram capazes de cultivá-las em condições de laboratório e submetê-las a uma série de experimentos microbiológicos.
A zona, situada em uma bacia oceânica formada pela subducção da placa do Pacífico, foi escolhida porque estudos anteriores de tipo sismológico indicavam a presença de estratos de carvão a dois quilômetros de profundidades. Ao mover-se para dentro dos estratos, a temperatura sobe a um ritmo de 24 graus por quilômetro, de modo que as bactérias vivem a 50 graus, em condições que podem ser consideradas confortáveis, dadas as circunstâncias.
Os cientistas descobriram bactérias insólitas, pequenas e esféricas, e foram capazes de cultivá-las em condições de laboratório e submetê-las a uma série de experimentos microbiológicos
Como as bactérias vivem em um ambiente de carvão e hidrocarbonetos, os pesquisadores concluíram que se alimentam de produtos da degradação parcial desses compostos, como o metano e outras moléculas pequenas de carbono. E acertaram: em condições controladas de laboratório, os intraterrestres prosperam a base desses pequenos compostos de carbono (compostos de metilo, tecnicamente).
Seu metabolismo – a cozinha da célula – é lento a extremos próximos à hibernação, e consomem o mínimo indispensável de energia para manter suas funções vitais. Tanto seu alimento de insípidos compostos metilados como esse metabolismo vagaroso são provavelmente adaptações às condições extremas de profundidade.
Os cientistas ainda têm muito trabalho pela frente, ainda que bem fascinante. Não sabem, por exemplo, se existe uma grande variedade de bactérias intraterrestres formando uma complexa ecologia nas entranhas do planeta, ou se os pequenos micróbios esféricos que detectaram são moradores solitários desse entorno. Sem dúvida as análises genômicas responderão esta questão, e jogarão luz sobre muitas outras.
Por exemplo, como as bactérias chegaram ali? Devido aos movimentos tectônicos, os estratos que hoje formam jazidas de carvão nas profundezas foram antigamente zonas pantanosas de superfície. Talvez as bactérias já vivessem ali naqueles tempos pretéritos e simplesmente afundaram seguindo o destino tectônico de seu entorno. Ou talvez as bactérias tenham sido capazes de migrar até ali de alguma maneira. As afinidades genômicas dos intraterrestres com seus longínquos primos da superfície indicarão o caminho mais provável.
Enquanto isso, a viagem microbiológica ao centro da Terra deverá continuar até encontrar uma profundidade realmente incompatível com a vida. Se é que existe.