G1 sobrevoa e mergulha
na Grande
Barreira de Corais, na Austrália
Cruzeiros e aeronaves levam turistas ao patrimônio natural australiano.
Com 2.300 km de extensão, ecossistema é maior estrutura viva do mundo.
O G1 sobrevoou de helicóptero um trecho da Grande Barreira perto do arquipélago de Whitsunday, no estado de Queensland e, em seguida, mergulhou no fantástico ambiente de peixes coloridos, corais e anêmonas, consagrado no cinema na animação "Procurando Nemo". De cima, a paisagem parece um mapa-múndi, com áreas mais escuras delimitadas pelos caminhos de corais em contraste com o intenso azul das águas (veja o vídeo acima). É a maior estrutura viva do planeta. Debaixo d'água, o visual é ainda mais fascinante.
A Grande Barreira fica a uma distância da costa que varia entre 15 km e 150 km. Os principais pontos de acesso a ela são as cidades de Cairns e Port Douglas, de onde saem tours de barco para o local. Também é possível chegar a ela a partir de uma das ilhas da área, como Hamilton Island, no arquipélago de Whitsundays.
O passeio de helicóptero é oferecido por várias empresas nas cidades costeiras e nas ilhas da região e também pode ser contratado por passageiros dos cruzeiros que circulam pela área, que são levados a plataformas no meio do mar onde a aeronave pode pousar. Também há a opção de sobrevoar a região em hidroaviões.
Mergulho
Para apreciar a diversidade de formas e de cores dos corais, é preciso entrar no mar onde fica a Grande Barreira, o que não é nenhum sacrifício levando em conta a agradável temperatura da água -- de 27°C no dia em que a reportagem do G1 fez um tour de snorkel por lá (veja o vídeo acima).
Os turistas são levados de barco até as plataformas das companhias de cruzeiros na região, que têm infraestrutura como banheiros, equipamentos e roupas impermeáveis e mesas para comer.
De lá, podem se jogar no mar para mergulhar com cilindro ou nadar com equipamento de snorkel. Quem quiser pode pagar uma quantia extra para fazer o tour de snorkel com um guia, que vai dando explicações sobre o que é visto.
Debaixo d’água, é possível ver de perto o enorme muro formado por corais sobrepostos de diversas cores e formatos – são 600 tipos diferentes (veja vídeo acima). Alguns recebem seu nome devido às estruturas a que se assemelham, como o coral-cérebro e o coral-orelha de elefante.
Em volta dos corais da barreira, nadam 1.625 espécies de peixes e mais de 3 mil de moluscos, além de 133 de tubarões e arraias e mais de cem espécies de águas-vivas. A área é visitada também por golfinhos e baleias (30 espécies), por crocodilos e por seis das sete espécies de tartarugas marinhas existentes.
Ameaçada
Patrimônio da Humanidade, a Grande Barreira de Corais vem sendo ameaçada por uma série de problemas.
Entre eles, o despejo de sedimentos e pesticidas no mar, agravado pelo crescimento do número de empreendimentos na área. Na última sexta-feira (31), causou polêmica a autorização, pelo governo da Austrália, do despejo de 3 milhões de metros cúbicos de resíduos de dragagem na região da barreira, decorrentes da expansão de um porto de carvão.
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Segundo o Great Barrier Reef Marine Park, que administra a área de mais de 340 mil km² onde fica a barreira, as mudanças climáticas também têm contribuído para a morte dos frágeis corais, por meio da acidificação do oceano e do aumento da temperatura do mar e do nível das águas.
A entidade cita ainda um consenso científico elaborado por um grupo multidisciplinar que concluiu que a água da área tem sofrido uma piora gradativa.
No fim de janeiro, um relatório da ONG WWF Australia e da Sociedade Australiana para a Conservação Marinha afirmou que os governos da Austrália e de Queensland estão falhando em proteger a Grande Barreira.
“A saúde da barreira continua a declinar e, se os impactos da poluição não forem combatidos com grandes investimentos, o valor da barreira não será conservado”, afirma o documento.
Segundo o texto, se nada for feito para reverter esse quadro, a barreira pode ser incluída entre os Patrimônios Mundiais em Perigo.
Veja onde fica a Grande Barreira de Corais
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