domingo, 18 de maio de 2014


18/05/2014 07h32 - Atualizado em 18/05/2014 07h49

Foto mostra fêmur 

gigante de restos de 

dinossauro achado na Argentina

Fósseis são de 100 milhões de anos atrás.
Cientistas acreditam que é uma nova espécie de titanossauro.

Da Agência Efe

Um trabalhador rural descobriu na Argentina os restos de um dinossauro que pesou quase 100 toneladas, o que o situa como a maior espécime do mundo achada até agora, de acordo com os cálculos dos pesquisadores.
Foto mostra fêmur de dinossauro herbívoro encontrado na Argentina (Foto: Museo Egidio Feruglio/TELAM/AFP)Foto mostra fêmur de dinossauro herbívoro encontrado na Argentina (Foto: Museo Egidio Feruglio/TELAM/AFP)
Trata-se do fêmur de um dinossauro herbívoro da família dos Saurópodes que viveu há cerca de 100 milhões de anos, achado na província argentina de Chubut (sul), perto da cidade das Plumas.
O osso "é o equivalente ao de 14 elefantes africanos, por isso que se deduz que o animal pesava pelo menos 100 toneladas", disse o pesquisador Pablo Puerta, do museu Paleontológico "Egídio Feruglio", em entrevista à agência oficial "Télam".
O descobrimento, apresentado ontem perante a imprensa, foi realizado há algo mais de três meses nos quais os pesquisadores do museu estiveram trabalhando em sua recuperação.
Este é o segundo achado de um dinossauro nesta semana na Argentina, depois que o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) apresentou na quinta-feira os restos de um saurópode diplodócido, que os cientistas situam como o primeiro de sua espécie achado na América do Sul e o único no mundo correspondente ao Período Cretácico.
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14/04/2014 12h03 - Atualizado em 14/04/2014 12h59

Eclipse lunar poderá



ser visto a partir das



3h da madrugada desta terça


Satélite ficará avermelhado, na sombra da Terra em relação ao Sol. 
Último eclipse total da Lua foi registrado em dezembro de 2011.

Do G1, em São Paulo
Na madrugada desta terça-feira (15), se as condições meteorológicas permitirem, será possível observar no Brasil e em todo o continente americano um eclipse lunar, quando a Lua ficará na sombra da Terra em relação ao Sol e ganhará um tom avermelhado, razão pela qual o fenômeno é chamado de "Lua de sangue". No Brasil, esse eclipse total poderá ser visto a partir das 3h da manhã e deve durar 78 minutos. O ponto alto deve acontecer a partir das 4h46 (horário de Brasília), e a visão será melhor nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Os eclipses totais da Lua, quando o satélite cruza o cone de sombra da Terra, são pouco frequentes. O último ocorreu no dia 10 de dezembro de 2011. A última vez que aconteceu uma série de quatro eclipses lunares totais foi entre 2003 e 2004, segundo a agência espanhola EFE.
Este será o primeiro de uma série de quatro eclipses lunares que deve ocorrer, aproximadamente, a cada 6 meses e se repetirá apenas sete vezes neste século. O próximo eclipse total está previsto para o dia 8 de outubro. Ainda este ano, também será possível observar dois eclipses do Sol (um em abril e outro em outubro).
Ilustração mosta como ocorre o eclipse lunar (Foto: Reprodução / TV Globo)Ilustração mosta como ocorre o eclipse lunar
(Foto: Reprodução/TV Globo)
A agência espacial americana (Nasa) explicou que o eclipse desta terça-feira começará quando a região periférica da Lua ingressar no centro da sombra da Terra, que é de cor âmbar. É durante esse período que o satélite é visto da Terra com uma cor avermelhada, causada pela luz do Sol e matizada por sua passagem pela atmosfera terrestre – algo similar à coloração que a luz solar adquire nos crepúsculos.
Ao longo da história, os eclipses solares e lunares estiveram rodeados de muitas superstições e referências a profecias sobre desastres naturais de grande magnitude.
Veja abaixo os eclipses previstos para 2014:
- 15 de abril: Eclipse total da Lua – visível na parte oeste da África, na parte oeste da
Europa, Américas, Austrália e leste da Ásia
- 29 de abril: Eclipse anular do Sol (quando a Lua fica na frente do Sol e se forma um "anel" do Sol em volta da Lua) – visível na Antártica e Austrália
- 8 de outubro: Eclipse total da Lua – visível nas Américas, na Austrália e Ásia
- 23 de outubro: Eclipse parcial do Sol – visível na maior parte da América do Norte, no México e na Rússia

17/05/2014 13h15 - Atualizado em 17/05/2014 13h22

Ossos de maior 

dinossauro já descoberto 

são achados na Argentina

Fósseis são de 100 milhões de anos atrás. 
Cientistas acreditam que é uma nova espécie de titanossauro.

Da BBC
Ossos fossilizados de um dinossauro que se acredita ser a maior criatura que já andou na Terra foram desenterrados na Argentina, dizem paleontólogos.
Fósseis são de 100 milhões de anos atrás (Foto: BBC)Fósseis são de 100 milhões de anos atrás (Foto: BBC)







Ao medir o comprimento e a circunferência do maior fêmur (osso da coxa) encontrado, os cientistas estimaram que o dinossauro tinha 40 metros de comprimento e 20 metros de altura - quando esticava o pescoço.
Com 77 toneladas, seria tão pesado quanto 14 elefantes africanos e sete toneladas mais pesado do que o recordista anterior, o Argentinosaurus, também encontrado na Patagônia.
Os cientistas acreditam que é uma nova espécie de titanossauro - enormes herbívoros que datam do período Cretáceo.
Um trabalhador agrícola local tropeçou sobre seus restos no deserto perto de La Flecha, cerca de 250 quilômetros a oeste de Trelew, Patagônia.
Os fósseis foram escavados em seguida, por uma equipe do Museu de Paleontologia Egidio Feruglio, liderada por José Luis Carballido e Diego Pol.
Eles desenterraram os esqueletos parciais de sete dinossauros - cerca de 150 ossos no total - tudo em 'condição notável'.
Uma equipe de filmagem da unidade de História Natural da BBC capturou o momento em que os cientistas perceberam exatamente o quão grande era a sua descoberta.
"Dado o tamanho desses ossos, o novo dinossauro é o maior animal conhecido que andou na Terra", os pesquisadores disseram à BBC News.
"Com o seu pescoço esticado, ele tinha cerca de 20 metros de altura - o equivalente a um edifício de sete andares", acrescentaram.
Este herbívoro gigante viveu nas florestas da Patagônia entre 95 e 100 milhões de anos atrás, acreditam os cientistas, com base na idade das rochas em que foram encontrados os ossos.
Mas, apesar de sua magnitude, ele ainda não tem um nome. 'Ele terá um nome que descreva sua magnificência e em homenagem à região e aos proprietários rurais que nos alertaram sobre a descoberta', disseram os pesquisadores.
Houve muitos candidatos anteriores ao título de 'maior dinossauro do mundo'. O mais recente pretendente ao trono foi o Argentinosaurus, um tipo similar de saurópode.
Originalmente, pensou-se que ele pesava 100 toneladas, mais tarde, porém, a estimativa foi revisada para cerca de 70 toneladas.
É complicado estimar o peso dos dinossauros - há mais de uma técnica e, em geral, os cálculos se baseiam em esqueletos incompletos.
O peso Argentinosaurus foi estimado a partir de somente alguns ossos, mas no caso da nova descoberta os pesquisadores tinham dezenas para trabalhar, tornando-os mais confiantes na sua estimativa.
Paul Barrett, especialista em dinossauros do Museu de História Natural de Londres, concorda que a nova espécie é 'realmente uma grande criatura'. Ele advertiu, porém, que é difícil ter certeza sobre seu tamanho preciso, pois as estimativas são feitas com informações incompletas.
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segunda-feira, 12 de maio de 2014


Após gestação arriscada, 


gêmeas nascem 


‘de mãos dadas’



Jenna e Jillian nasceram prematuras de mãos dadas
Jenna e Jillian nasceram prematuras de mãos dadas Foto: Divulgação / Akron Children's Hospital

Quando ainda estavam na barriga da mãe, as gêmeas Jenna e Jillian já eram literalmente inseparáveis. Devido a uma formação atípica, a gravidez monoamniótica, as duas dividiam espaço num mesmo saco amniótico antes de nascer. Por isso, desde de março deste ano, a mãe Sarah Thistlethwaite precisou ficar internada, acompanhando de perto os sinais vitais das filhas e seu estado de saúde. Após a cesárea, na última sexta-feira, as gêmeas não romperam seus laços e vieram ao mundo de mãos dadas.
A mãe, Sarah, ao lado das gêmeas; gravidez foi complicada
A mãe, Sarah, ao lado das gêmeas; gravidez foi complicada Foto: Divulgação / Akron Children's Hospital
Segundo o portal do Hospital Infantil de Akron, onde as gêmeas nasceram, a gravidez monoamniótica é muito arriscada. Com pouco espaço, os bebês podem amassar algum dos cordões umbilicais ou até mesmo enrolá-los em volta do pescoço do irmão. Desde 14 de março, a situação das crianças era acompanhada de perto pela equipe do hospital.
A gravidez de Sarah e Bill Thistlethwaite foi cheia de surpresas. Pais de Jaxson, com 1 ano e 3 meses, eles não esperavam mais filhos tão cedo, e os primeiros testes realmente não confirmaram. A mãe teve que fazer vários exames de sangue para se certificar da gravidez e garantir que ela estava evoluindo. E foi apenas com 19 semanas, quase cinco meses, que eles descobriram que esperavam gêmeos.
O pai, Bill, olha uma das meninas
O pai, Bill, olha uma das meninas Foto: Divulgação / Akron Children's Hospital
“A técnica (de ultrassom) disse ‘Temos dois’, e o meu marido perguntou: ‘Dois o que?’. ‘Dois bebês!’. Era uma sala muito silenciosa. Ficamos em choque por um tempo e, então, começamos a rir descontroladamente. Foi uma grande surpresa para nós”, afirmou Sarah, em entrevista ao portal do hospital.
Semanas depois, o casal descobriu que as gêmeas compartilhavam o saco amniótico, e Sarah se internou. A família e os médicos decidiram agendar o parto entre 32 e 34 semanas de gestação, no dia 9 de março, bem a tempo de estar com as filhas nos braços no Dia das Mães. Tudo correu bem, mas as meninas precisarão passar um curto período internadas, já que nasceram prematuras.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/apos-gestacao-arriscada-gemeas-nascem-de-maos-dadas-12458203.html#ixzz31YS3Uggd

sábado, 3 de maio de 2014


BBC
03/05/2014 12h15 - Atualizado em 03/05/2014 14h05

Gêmeas separadas aos cinco meses se reencontram após 78 anos

Britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel viveram maior parte da vida em países diferentes e serão tema de estudo sobre gêmeos criados em lares separados.

Da BBC
As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: Reprodução/BBC)As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: Reprodução/BBC)
Ao investigar a história de sua família, a britânica Ann Hunt, de 78 anos, descobriu algo surpreendente, de que jamais havia suspeitado: tinha uma irmã gêmea.
Ann e sua irmã idêntica, Elizabeth Ann Hamel, foram separadas quando tinham apenas cinco meses e só voltaram a se encontrar na última quinta-feira (1º), na localidade de Fullerton, na Califórnia.
As duas irmãs se abraçaram longamente e fizeram pose para os fotógrafos que acompanharam o encontro.
Estavam visivelmente emocionadas.
As gêmeas nasceram na localidade de Aldershot, em fevereiro de 1936. Sua mãe era a cozinheira Alice Alexandra Patience Lamb, de 33 anos, e seu pai servia no Exército Britânico.
Eles não eram casados e, sem apoio para cuidar das gêmeas, Alice resolveu entregar pelo menos uma delas para adoção.
Como Elizabeth nasceu com escoliose - uma deformidade da coluna vertebral - a cozinheira achou que seria mais difícil para uma família aceitá-la, então resolveu ficar com a bebê.
Ann, que originalmente se chamava Patrícia Susan, foi adotada por um casal de Aldershot - Hector e Gladys Wilson - e cresceu como filha única, sem saber que tinha uma irmã.
Já Alice e Elizabeth moraram primeiro na cidade de Berkhamsted, depois em Londres, e, após a cozinheira se casar com um homem chamado George Burton, acabaram se mudando para Chester, também na Inglaterra.
Elizabeth ficou sabendo que tinha uma irmã quando era adolescente e, aos 15 anos, se alistou na Marinha Britânica, sendo envianda para a ilha de Malta.
Foi lá que ela conheceu seu marido, Warren 'Jim' Hamel, um páraquedista do exército americano.
Eles se casaram em 1964 e se mudaram para o Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, onde criaram seus dois filhos, Quinton e Jeff.
As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)
Reencontro
Em 2001, quando a mãe adotiva de Ann morreu, a britânica resolveu obter uma cópia de sua certidão de nascimento.
No papel, viu que sua mãe biológica era Alice, mas não havia nada sobre uma irmã gêmea.
A filha mais nova de Ann, Samantha, resolveu ajudá-la a buscar suas raízes. Colocou anúncios no jornal local, investigou listas eleitorais e começou a procurar informações em fóruns de internet.
Ela conseguiu descobrir que Alice, morta em 1980, tinha se casado aos 49 anos com Burton na cidade de Chester e tinha um enteado chamado Albert.
Após mais de uma década de investigações, Samantha descobriu que Albert tinha morrido em 2013, mas conseguiu encontrar seu filho.
Foi ele quem lhe disse que Elizabeth vivia nos Estados Unidos e tinha uma irmã gêmea.
Em abril do ano passado, a britânica estava verificando sua caixa de e-mail em sua casa no Oregon, quando deparou-se com uma mensagem de Aldershot que começava da seguinte maneira: 'Estou escrevendo porque busco uma conexão familiar...' Já sabia do que se tratava.
Em questão de minutos as duas irmãs gêmeas, que tinham sido separadas por quase oito décadas, já estavam se falando no telefone. E nos meses seguintes, conversaram bastante por Skype.
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As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)
"Sempre quis uma irmã"
A família de Elizabeth contactou Nancy Segal, diretora do Centro de Estudos de Gêmeos da Universidade do Estado da Califórnia, em Fullerton, que obteve o financiamento para o reencontro das gêmeas.
"Estou muito feliz por finalmente ter conseguido reencontrar minha irmã", Elizabeth disse à BBC, logo após o encontro.
"Foi como comemorar meu aniversário e o Natal ao mesmo tempo", definiu Ann, que pegou um avião pela primeira vez na vida para encontrar Elizabeth.
"Sempre quis uma irmã e agora eu tenho. Quero passar um tempo com ela, para que ela me conte coisas sobre nossa mãe e me diga como era quando jovem, para ver se nos parecemos. Por enquanto já sei que temos algo em comum: meu marido se chamava Jim e o seu também."
As gêmeas passarão um tempo em Fullerton para participar de um estudo conduzido por Nancy Segal sobre gêmeos criados em lares separados.
"Esse é um caso único, porque elas ficaram separadas por mais tempo que qualquer outro par de gêmeos no mundo", explicou Segal à BBC.
Quando o estudo terminar, Elizabeth levará Ann e sua filha para o Oregon para que elas conheçam sua família.
As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)As britânicas Ann Hunt e Elizabeth Hamel se reencontraram nesta quinta-feira (1º), após 78 anos separadas (Foto: BBC)

quinta-feira, 1 de maio de 2014


France Presse
01/05/2014 16h50 - Atualizado em 01/05/2014 17h32

Implante cerebral para restaurar memória é desenvolvido pelos EUA

Pesquisa poderá ajudar milhões de pessoas com Mal de Alzheimer.
Soldados com lesões cerebrais graves também poderão se beneficiar.

Da AFP
Neurônios afetados pela doença de Alzheimer apresentam diferenças sutis com os saudáveis, mas suficientes para causar uma doença que afeta a capacidade de memória e aprendizado. (Foto: Faculdade de Medicina de San Diego / Universidade da Califórnia / Nature / Divulgação)Neurônios afetados pela doença de Alzheimer (Foto:
Faculdade de Medicina de San Diego / Universidade
da Califórnia / Nature / Divulgação)
Sonho de muitos mortais, apagar ou recuperar da memória uma recordação pode se tornar realidade graças a um grupo de pesquisadores militares que desenvolvem um implante cerebral capaz de restaurar recordações de soldados e pacientes com problemas neurológicos.
A Agência de Investigação de Projetos Avançados de Defesa (DARPA) desenvolve um plano de quatro anos para construir um sofisticado estimulador de memória. Caso tenha sucesso, a pesquisa poderá beneficiar, por exemplo, milhões de pessoas acometidas com o Mal de Alzheimer.
O projeto faz parte de um investimento de US$ 100 milhões concedido pelo presidente Barack Obama, que visa fomentar pesquisas de aprofundamento na compreensão do cérebro humano.
A ciência nunca tentou tal façanha antes, e o tema levanta inúmeros questionamentos éticos, como por exemplo se a mente humana pode ser manipulada com o intuito de controlar feridas de guerra ou o envelhecimento do cérebro.
Assim como quem sofre de demência, as pesquisas poderão ajudar os cerca de 300 mil soldados norte-americanos que sofreram lesões cerebrais graves no Iraque e no Afeganistão.
"Se você ficou ferido no cumprimento de seu dever e não consegue se lembrar da sua família, queremos ser capazes de recuperar este tipo de função", disse esta semana o gerente do programa do DARPA, Justin Sánchez, em conferência realizada em Washington, organizada pelo Centro de Saúde Cerebral da Universidade do Texas.
"Pensamos que podemos desenvolver dispositivos neuro-protésicos que possam interagir diretamente com o hipocampo para restaurar o primeiro tipo de recordação que apontamos, a memória declarativa", disse.
A memória declarativa, também chamada de memória explicita, é uma forma de memória de longo prazo que armazena a identificação de pessoas, acontecimentos, feitos e números. Nenhuma pesquisa conseguiu mostrar como, uma vez perdidas, estas lembranças podem ser recuperadas.
Como um marcapasso
O que os cientistas da área são capazes de fazer até o momento é ajudar a reduzir os tremores de pessoas que sofrem do Mal de Parkinson, controlar as convulsões de epilépticos e melhorar a memória de alguns pacientes com Alzheimer através de um processo chamado estimulação cerebral.
Estes dispositivos, inspirados nos marcapassos usados por pacientes que sofrem de problemas cardíacos, enviam sincronizadamente estímulos elétricos ao cérebro, mas não funcionam de maneira igual em todos os doentes.
Os especialistas garantem que é necessário desenvolver algo parecido para trabalhar na recuperação da memória. "A memória é um assunto de padrões e conexões", explicou Robert Hampson, professor associado da universidade Wake Forest.
"Para desenvolvermos a prótese de memória, devemos primeiramente ter algo que nos mostre quais são os padrões específicos", ressaltou Hampson, negando-se a falar explicitamente sobre a pesquisa do DARPA.
A investigação de Hampson em roedores e macacos tem demonstrado que os neurônios do hipocampo - zona do cérebro que processa a memória - se ativam de maneiras diferentes quando o sujeito vê a cor vermelha ou azul, ou quando é confrontado com uma fotografia de um rosto ou de um alimento.
Munido desta descoberta, Hampson e seus colegas puderam estender a memória de curto prazo dos animais usando próteses cerebrais para estimular o hipocampo.
Os pesquisadores também conseguiram que um macaco dopado agisse quase normalmente ao realizar uma tarefa de memória, e o confundiram manipulando o sinal para que ele escolhesse a imagem oposta da que ele se lembrava.
Assim, segundo Hampson, para restaurar uma lembrança humana específica, os cientistas necessitariam saber qual é exatamente o padrão, ou caminho, para aquela memória.
Outros cientistas da área consideram que podem melhorar a memória de uma pessoa ajudando o cérebro a trabalhar de forma similar à que trabalhava antes de sofrer a lesão cerebral.
Preocupações éticas
É fácil prever que a manipulação das lembranças de uma pessoa abrirá um campo de batalha ético. Foi o que disse Arthur Caplan, médico especializado em ética do centro médico de la Universidade Langone, em Nova York.
"Quando você mexe com o cérebro, mexe com sua própria identidade", disse Caplan, que presta consultoria à DARPA em assuntos de biologia sintética.
"O custo de alterar a mente é que se corre o risco de perder sua identidade, e este é um tipo de risco que nunca enfrentamos antes".
No que diz respeito aos soldados, a possibilidade de que seja factível apagar memórias ou inocular novas recordações pode interferir nas técnicas de combate, fazer com que os soldados sejam mais violentos e menos escrupulosos, ou até mesmo manipular o andamento de investigações de crimes de guerra, advertiu Caplan.
"Se eu puder tomar uma pílula ou colocar um capacete para que algumas lembranças sejam apagadas, talvez eu não tenha que viver com as consequências do que faço", disse.
A página da DARPA na internet assinala que, devido a seus "programas levarem a ciência até seus limites", a agência "periodicamente consulta estudiosos com gabarito para aconselhar e discutir temáticas de relevância ética, legal e social".
Uma das muitas perguntas sem resposta sobre o projeto é quem estará à frente dos primeiros testes em seres humanos, quais serão as primeiras cobaias.
Sánchez afirmou que os próximos passos da pesquisa serão anunciados dentro de poucos meses. "Temos alguns dos cientistas mais talentosos de nosso país trabalhando neste projeto. Então fiquem ligados: muitas coisas promissoras estão por vir num futuro muito próximo".